A brisa de quarta-feira me traz teu cheiro
ele sai do meio de minhas pernas, ainda...
(não me abandonas nem quando me escapas!)
porque a porção de ti que de ti te abandonas
para a nova cria, demora a sair de mim.
Ilustre e demorado cheiro de amor,
humor, tumor... que, ao invés de matar-me, dá-me a vida.
A brisa de quinta ainda traz, nem disforme, nem envolvente,
o mesmo odor, envolto em calor,
úmido e tênue o mesmo cheiro,
talvez alado, talvez trigueiro,
cheiro de tesão nas calças,
sutiã sem alças, caídas, nos ombros,
arrancadas de sopetão.
In útero, in Janis, hendrix ou morrison, jaz, cansado,
latejando bateras p r o g r e s s i v a s, como as estocadas,
tacadas de golfe, atingindo o horizonte, a grama, (o grama),
o buraco feito para se acertar.
Aqui não há democracia,
o que consegue primeiro chegar à lua se extasia,
o segundo dá o segundo passo, ainda ilustre,
e, lustrando, vão, o céu,
percorrendo a vida, o escuro, o breu,
rabo brilhante de cometa cintilante de prazer errante,
espião indecente que com seu escuro tudo esconde,
mas tudo, tudo vê...!
Sexta, sábado, domingo, todos são dias memoráveis,
até a segunda, famigerada segundda, antecessora da terça,
da quarta-de-cinzas... de cinzas, que nada!
De cinzas, aquui, só Fênix, mas du-vi-dê-o-dó...
que dó de ti, dela, dele, de todos eles,
menos de nós, cegos, que não se desatam,
nem que queiram,
beiran-
do
a lou-
cu-
ra
.
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