Meus poemas estão amarelados.
Antes estivessem em um sebo,
esfarelando-se, em forma de tomos,
silenciosos como a vergonha
de se urinar em público,
de assumir uma culpa,
de tropeçar no meio de uma parada...
um silêncio que vence a banda,
os falatórios,
um samba.
Meus poemas transformaram-se
em uma ferrugem n'alma,
desesperada por se expor...
mas sem encontrar um zíper - exit -
um botão para livrar-se da dor,
amarela, que corrói...
alma atropelada por um rolo compressor.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Está árido meu espírito
Minha língua um deserto
Cactos desarrumados
Espalhados pra todo lado
Nem pântanos, nem esgotos
Nem saída pra nada
Chegou a hora em que andar a esmo
seguir em frente,
olhar pra trás
já não satisfaz
Inerte o som no deserto
Tão certo como vento não há
Inerte o corpo na areia
Espírito? Já não está...
Nenhuma flor derradeira
Mesmo que perfume nenhum
Mesmo uma cova rasteira
Sete palmos, 2 por 1
Tão triste a morte em vida
tudo que é belo se esvai
Vontade, cisma - qual nada!
é só o tempo que sai...
Minha língua um deserto
Cactos desarrumados
Espalhados pra todo lado
Nem pântanos, nem esgotos
Nem saída pra nada
Chegou a hora em que andar a esmo
seguir em frente,
olhar pra trás
já não satisfaz
Inerte o som no deserto
Tão certo como vento não há
Inerte o corpo na areia
Espírito? Já não está...
Nenhuma flor derradeira
Mesmo que perfume nenhum
Mesmo uma cova rasteira
Sete palmos, 2 por 1
Tão triste a morte em vida
tudo que é belo se esvai
Vontade, cisma - qual nada!
é só o tempo que sai...
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