bobagem confiar em vocábulos
usados por todo mundo
se os olhos são a janela
pela qual se vê o mundo
quinta-feira, 13 de junho de 2013
domingo, 10 de março de 2013
sinto a pele
a carcaça
mutilada
pelo próprio tempo.
sinto-a se desfazendo
entre suspiros e gozos
a mancha ascendendo
e, no fim
no meio dela
vou morrendo
o torpor vai me alcançando
e, pouco a pouco,
já sou eu mesma,
preenchida
inteira
mão - arrepio - toque
na contramão me constranjo
a timidez me empalidece
e minhas pupilas
crescem
ah, se pudessem contar
o que vai no pensamento
uma hora da madrugada
duas três ou mais
ainda encontrarei os
teus cabelos
soltos
em minha mão
enquanto rijos são
os teus ais?
e o tempo passa
como um corisco
e nem de longe arrisco
qualquer som
pois o som pode afastar
o grito da boca
aberta
pronta para o susto...
nessas horas melhor nem falar!
lira delirante!
lira delirante!
sábado, 9 de março de 2013
doença
A lua
amarela
hepatite
em meu
coração!
Preciso
de um antídoto
para esse veneno
que me faz quente
no verão
e fria no inverno
esse veneno
que se apossou
de minhas entranhas.
O amarelo
da lua
hoje
me faz gelar os pés
e tremer as mãos
porque a lua,
ao longe,
canta
uma última
canção:
nevermore nevermore nevermore ...
amarela
hepatite
em meu
coração!
Preciso
de um antídoto
para esse veneno
que me faz quente
no verão
e fria no inverno
esse veneno
que se apossou
de minhas entranhas.
O amarelo
da lua
hoje
me faz gelar os pés
e tremer as mãos
porque a lua,
ao longe,
canta
uma última
canção:
nevermore nevermore nevermore ...
quarta-feira, 6 de março de 2013
Bah! Lela!
Então percebo algo,
finalmente:
sempre me senti
um peixe fora d'água.
Onde está o amor?
O que é o amor?
Invento para amenizar alguma dor?
Vive-se até melhor sem um amor.
Quem não tem,
não tem medo de perder.
Então quem não tem não sofre,
a não ser que não aguente
olhar
para a própria cara.
Aí a conversa já fica diferente.
Tantas atrocidades
já foram cometidas
em nome do amor,
tantos assassinatos,
tantos abandonos...
Dogma
criado para fundamentar
e ratificar
a exigência social
dos relacionamentos
monogâmicos!
Criado também
para o sujeito pensar
que é nobre!
Qual nada!
Agora percebo,
sempre estive enganada:
não há amor!
Estando livre desse entrave
já posso ser eu
sem mais alguém.
Já posso ser feliz
sem uma muleta
a me escorar.
Estando livre
já posso
me considerar
eu mesma,
sem achar
que falta
uma tampa
ou
outra metade!
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
sobre o tempo
- as horas passam lentas e constantes
minutos após minutos
e já nem se lembram de qual instante
em qual segundo perderam o tino...
agora circulam frágeis
etéreas como nuvens
produzindo sombras
nos sonhos de alguém
as horas são malvadas
nos tiram o escalpo colorido dos cabelos
põem bigodes nas faces fêmeas
e nos homens, ah, nos homens... nestes, vitalidade sequer há...
ah, essas horas que nos matam aos poucos
essas horas com que não atinam os loucos
elas tornam podre nossa ascendência
elas detêm nossa consciência
para que nos tornemos senis
para que ultrapassemos a juventude
para que em nosso espírito inverta-se o milagre da vida
e nos transformemos primeiro em inocentes
depois em ingênuos e, por fim,
de bengalas nas mãos,
vivamos nosso paraíso particular,
o das lembranças esquecidas e maus tratos perdoados
sem as pedras da vida
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Tempestade
Meus cabelos em desordem
sentada na cadeira
viola no colo
sem um tostão
caneta na mão.
Tá pronta a canção.
Não foi pra você
... nem foi por favor
não foi de propósito.
Mas digo que
tô crazy, baby!
Mas sinto que
tô crazy, baby!
Se não houvesse todo mundo
Em que mundo
melhor envelheceríamos?
No seu?
No meu?
No limite dos dois?
Nos desmancharíamos em cada esquina?
Beberíamos um cálice de poesia?
Ou apenas regurgitaríamos
nossas dores e amores
pra vivê-los todos de novo?
para Wander de Souza
Meus cabelos em desordem
sentada na cadeira
viola no colo
sem um tostão
caneta na mão.
Tá pronta a canção.
Não foi pra você
... nem foi por favor
não foi de propósito.
Mas digo que
tô crazy, baby!
Mas sinto que
tô crazy, baby!
Se não houvesse todo mundo
Em que mundo
melhor envelheceríamos?
No seu?
No meu?
No limite dos dois?
Nos desmancharíamos em cada esquina?
Beberíamos um cálice de poesia?
Ou apenas regurgitaríamos
nossas dores e amores
pra vivê-los todos de novo?
para Wander de Souza
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