domingo, 10 de março de 2013

sinto a pele
a carcaça
mutilada
pelo próprio tempo.

sinto-a se desfazendo
entre suspiros e gozos

a mancha ascendendo
e, no fim
no meio dela
vou morrendo

o torpor vai me alcançando
e, pouco a pouco,
já sou eu mesma,
preenchida
inteira

mão - arrepio - toque
na contramão me constranjo
a timidez me empalidece
e minhas pupilas
crescem

ah, se pudessem contar
o que vai no pensamento

uma hora da madrugada
duas três ou mais
ainda encontrarei os
teus cabelos 
soltos
em minha mão
enquanto rijos são
os teus ais?

e o tempo passa
como um corisco
e nem de longe arrisco
qualquer som

pois o som pode afastar
o grito da boca
aberta
pronta para o susto...

nessas horas melhor nem falar!

lira delirante!

Nenhum comentário:

Postar um comentário